O evangelicalismo inglês teve origem em um movimento de renovação espiritual que priorizava o compromisso com a Palavra de Deus, a confessionalidade credal, a disciplina pessoal e a piedade prática. Este movimento destacava o zelo evangelístico, a denúncia contra a decadência de costumes e o cuidar dos necessitados.
Como resposta ao iluminismo e ao humanismo, o evangelicalismo sublinhava a natureza falível e depravada do ser humano, que necessita da salvação oferecida exclusivamente por Cristo. A conversão, geralmente súbita e inesquecível, era vista como o ponto de partida de uma vida de santificação e crescimento na graça. Essa transformação contínua era sustentada pela oração, pelo estudo diário das Escrituras, pela pregação e pelos sacramentos.
O movimento promoveu a revitalização da pregação e uma espiritualidade que envolvia tanto o intelecto quanto as emoções. Ele foi responsável por mudanças de vida significativas em milhares de pessoas, unindo a experiência pessoal de fé a um impacto social transformador.
Embora inicialmente concentrado entre as camadas populares, o movimento também alcançou a aristocracia e a burguesia, graças a figuras como Selina, Condessa de Huntingdon. Ela organizava cultos em sua mansão, onde até bispos assistiam discretamente. Sua influência ajudou a canalizar recursos para a causa e contribuiu para a fundação da primeira escola de formação missionária em Gales.
Além de seu impacto social e espiritual, o evangelicalismo inglês transformou a música cristã com a composição de hinos que permanecem populares até hoje, consolidando uma herança duradoura de fé e adoração.
Dom Caldas
Bispo Diocesano