Os 39 Artigos da Religião são uma declaração das crenças fundamentais, elaborados durante o reinado de Isabel I em 1563 e revisados em 1571.
- Da Fé na Santíssima Trindade
Há um único Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo, partes ou paixões; de infinito poder, sabedoria e bondade; Criador e Conservador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E nesta unidade de Deus há três pessoas, da mesma substância, poder e eternidade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
- Do Verbo ou Filho de Deus, que se fez verdadeiro homem
O Filho, que é o Verbo do Pai, gerado desde a eternidade pelo Pai, verdadeiro e eterno Deus, de uma só substância com o Pai, tomou a natureza humana no ventre da bem-aventurada Virgem Maria, de sua substância; de modo que as duas naturezas, a Divina e a Humana, estão unidas inseparavelmente em uma só Pessoa, que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
- Da descida de Cristo ao Inferno
Assim como Cristo morreu por nós e foi sepultado, também é de se crer que Ele desceu ao Inferno.
- Da Ressurreição de Cristo
Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, tomou novamente seu corpo com carne, ossos e todas as coisas pertencentes à perfeição da natureza humana, com os quais subiu ao céu e lá está, até que volte para julgar todos os homens no último dia.
- Do Espírito Santo
O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, é de uma só substância, majestade e glória com o Pai e o Filho, verdadeiro e eterno Deus.
- Da Suficiência das Escrituras Sagradas para a Salvação
As Escrituras Sagradas contêm todas as coisas necessárias para a salvação. De modo que qualquer coisa que não possa ser provada pelas Escrituras não deve ser exigida como artigo de fé.
- Do Antigo Testamento
O Antigo Testamento não é contrário ao Novo; pelo contrário, tanto no Antigo como no Novo Testamento a vida eterna é oferecida à humanidade por Cristo.
- Dos Credos
Os três Credos, a saber, o Niceno, o Atanasiano e o chamado Apostólico, devem ser recebidos e acreditados plenamente, pois podem ser provados pelas Sagradas Escrituras.
- Do Pecado Original
O pecado original não é a imitação de Adão, mas a corrupção da natureza de todo homem, herdada dele.
- Do Livre Arbítrio
A condição do homem após a queda de Adão é tal que ele não pode se voltar e preparar-se para Deus sem a graça especial do Espírito Santo.
- Da Justificação do Homem
Somos considerados justos diante de Deus unicamente pelos méritos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e não por nossas próprias obras.
- Das Boas Obras
Boas obras, que são fruto da fé e seguem a justificação, não podem expiar pecados, mas são agradáveis e aceitáveis a Deus.
- Das Obras antes da Justificação
As obras feitas antes da justificação não agradam a Deus e, portanto, não podem merecer a graça.
- Das Obras de Supererrogação
Obras de supererrogação não podem ser ensinadas sem arrogância e impiedade.
- De Cristo, o único sem pecado
Cristo foi em tudo como nós, mas sem pecado. Todo o resto da humanidade, mesmo os regenerados, peca.
- Do Pecado após a Justificação
Não devemos desesperar os que caem em pecado após a justificação, pois o perdão é acessível para eles.
- Da Predestinação e Eleição
A predestinação à vida é o propósito eterno de Deus, pelo qual Ele escolheu em Cristo os que serão salvos.
- Da Obtenção da Salvação somente pelo Nome de Cristo
Somente pelo nome de Cristo os homens devem ser salvos.
- Da Igreja
A Igreja de Cristo é uma congregação visível de fiéis onde a Palavra de Deus é pregada e os Sacramentos são ministrados corretamente.
- Da Autoridade da Igreja
A Igreja tem autoridade para decidir sobre questões de fé, mas não pode decretar nada contrário às Escrituras.
- Da Autoridade dos Concílios Gerais
Os Concílios Gerais só têm autoridade quando seus decretos estão fundamentados na Escritura.
- Do Purgatório
A doutrina do purgatório é uma invenção sem base nas Escrituras.
- Do Ministério na Igreja
Ninguém pode pregar ou ministrar sacramentos sem ser devidamente chamado.
- Da Língua no Culto
Não é lícito realizar um culto público ou ministrar sacramentos em uma língua que as pessoas não entendam.
- Dos Sacramentos
Os sacramentos foram instituídos por Cristo como sinais visíveis e eficazes da graça divina.
- Da Indignidade dos Ministros
Os Sacramentos não perdem sua eficácia por causa da indignidade de quem os ministra.
- Do Batismo
O batismo é um sinal de regeneração ou do novo nascimento.
- Da Ceia do Senhor
A Ceia do Senhor não é somente um sinal do amor que os cristãos têm uns pelos outros, mas também um sacramento do Corpo e Sangue de Cristo.
- Da Presença de Cristo na Ceia
O Corpo de Cristo é dado, tomado e recebido na Ceia apenas espiritualmente.
- Das Duas Espécies
O cálice do Senhor não deve ser negado aos leigos.
- Do Único Sacrifício de Cristo
O sacrifício de Cristo é único e suficiente, não havendo necessidade de repetir.
- Do Casamento dos Ministros
Os ministros têm liberdade para casar.
- Da Excomunhão
Os excomungados devem ser evitados até que sejam reconciliados.
- Dos Costumes da Igreja
Cada Igreja pode decidir sobre seus próprios costumes, contanto que estejam em conformidade com as Escrituras.
- Dos Homilias
Os dois livros de Homilias da Igreja Anglicana contêm doutrinas piedosas e saudáveis.
- Da Consagração de Bispos, Presbíteros e Diáconos
A consagração segundo o rito da Igreja Anglicana é válida.
- Do Poder Civil
Os magistrados civis têm autoridade sobre todas as pessoas e causas eclesiásticas.
- Da Propriedade Comum
A propriedade comum dos cristãos não deve ser imposta.
- Do Juramento Lícito
Os juramentos feitos com justiça e verdade são permitidos.
Dom Caldas
Bispo Diocesano